
“Projetado por Marcus Agrippa Vipsanius (64-12 a.C.), amigo e “braço direito” de Augusto, inaugurado de acordo com a inscrição no frontão em 27 a.C. Destruído por um incêndio em 80 d.C. (principado de Domiciano), foi reconstruído por Adriano em 125 no mesmo local no Campo de Marte. A dúvida é se este refez todo o projeto, concebendo algo novo, e prestou uma homenagem ao primeiro construtor fazendo inscrever no frontão a sua realização ou se a inscrição é original da era augustana preservada por Adriano em decorrência de ter operado a sua reconstrução segundo o projeto de Agripa.
Um templo construído para representar todos os deuses do universo, propósito declarado no próprio nome, o seu simbolismo é bastante nítido, remetendo à vastidão do céu e das órbitas planetárias. Concebido como uma esfera perfeita em cuja parte superior (remetendo à abóbada celeste) pode se ver um óculo (nove metros de diâmetro) voltado para o zênite. Esta abertura circular desempenha o papel de uma claraboia sendo a única fonte de luz solar para todo o interior do templo (não há janelas ou qualquer outra abertura), além de servir de duto para a fumaça emanada dos ritos efetuados no seu interior.
Monumental já na sobriedade e austeridade de sua fachada, ao contemplar de frente as três fileiras, cada uma de oito colunas, que compõem o pórtico. No entanto, para quem passava pelo pórtico no intuito de ingressar no templo, sendo permitido nele adentrar, aguardava-o em seu interior uma visão ainda mais espetacular: a da sua cúpula, até hoje insuperada como a maior executada com tijolos. A sua altura exatamente idêntica ao seu diâmetro proporcionava um perfeito equilíbrio e a clara sensação de harmonia. Os nichos, em número de sete, pensa-se reportar aos sete planetas que, na visão da época, circundavam errantes a Terra, em sequência a partir dela: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Toda uma estrutura indubitável e extraordinariamente grandiosa a comunicar do império as mesmas qualidades e o benfazejo concerto dos deuses todos a seu favor.”
CABECEIRAS, 2013: p. 67-68.

Para acessar matéria na revista “Aventuras na História”: O Panteão de Agripa